Todo mundo fala em valores… tanto na parte financeira, quanto na parte moral.
Mas, valores, como tudo na vida, têm um cálculo. E esse cálculo não segue uma equação matemática simplista, e, tampouco é deduzido de algum postulado, embora alguns acreditem que sim. Seria mais ou menos como um “O que eu ganho – o que eu perco”.
Mas, ainda assim, as aplicações de valores se confundem volta e meia. Tipo, quando alguém resolve ter algum valor moral mediante ao pagamento de algum outro valor monetário. Políticos em geral, por exemplo.
Pois eu acho que o valor financeiro, ao contrário do valor moral, é algo que não se tem simplesmente. A gente o ‘ganha’ por ter cumprido alguma meta ou ter dançado conforme a música. Já, em contrapartida, o valor moral é algo que se tem independentemente do montante de outros ‘valores’ que possam lhe oferecer para pô-lo de lado…
Então, a máxima “Todo homem tem seu preço”, por si só quer dizer que nenhum homem tem valor moral que ultrapasse algum valor financeiro (ou de qualquer outro benefício egoísta). O que eu acho que, apesar de ter um fundo de verdade, não é lá bem assim.
Eu acho que, quando o valor moral é REALMENTE incorporado pela pessoa, e não só quando ela se resigna a ele, esse valor passa a fazer parte dessa pessoa, e não só é mais uma coisa chata que ela tem que se lembrar para não parecer alguém socialmente incompatível.
Entenderam?
Tá bom, é meio complicado mesmo. Mas o que eu quero dizer é que alguma pessoas aparentam ter valores morais. Elas ‘vestem-se’ com eles de acordo com as circunstâncias em que se encontram. Já, outras pessoas realmente os possuem em suas essências. Elas são aquilo, não precisam se controlar, se vigiar ou fazer um esforço Hercúleo para manterem-se firmes naquilo. Seria o popular “ser” ou “aparentar”. Todos somos alguma coisa em nossas essências mas aparentamos outra coisa para quem nos observa. São poucos os que realmente passam a real idéia de quem são aos outros.
Como?
Através de máscaras, por exemplo. Todo mundo um dia já deu uma ‘aumentada’ em alguma história para parecer mais legal… ou, abreviando, já aparentou ser alguém que não era por algum motivo qualquer.
E o fato de usarmos disso não quer dizer que não temos valores morais, nada disso. Só estou exemplificando a parte do Ser x Aparentar.
Além disso, para termos certos valores, é necessário algum parâmetro maior para que nos enquadremos a ele. Por exemplo, dogmas religiosos.
Então, por exemplo, para a igreja católica, que acredita no ‘crescei e multiplicai’, e, valendo-se disso condenou por muitos anos o uso de contraceptivos, todos que transam sem fins procriativos não estão de acordo com os valores morais que o catolicismo prega.
E daí?
Daí que para alguns estar enquadrado nisso está diretamente ligado ao outro valor, o do benefício. Ou seja, estar dentro desses valores cristãos e tals, garante a você uma passagem VIP pro paraíso sem escala no purgatório, que foi rebaixado a segunda divisão astral, tal qual Plutão (o que me leva a cogitar que o purgatório ERA em Plutão).
O que eu quero dizer com isso?
Quero dizer, simplesmente, que valores são conceitos extremamente relativos, e, que na mão de pessoas com capacidade de dar nó em pingo d’água, pode ser algo a ser usado como arma. Temos aí o fanatismo que não me deixa mentir, certo? Porque tudo é questão de como se analisa uma certa situação. Aceitar alguns conceitos sem questioná-los é uma forma de escravidão. Afinal, alguém já parou para pensar se essas ‘leis morais’ estão adequadas ao tempo presente, só para começar a conversa?
Digamos que, algum metido a engraçadinho, tipo eu, analise coisas de forma a deturpá-las, não para despertar a ira de crentes unicamente, mas, talvez, para tentar mostrar que pode haver sim algo ridículo por trás disso. E que, talvez, você, eu e muita gente pode ter vivido com esse conceito vindo lá do berço sem sequer ousar questioná-lo.
Ora vejamos, se a igreja católica acha que sexo sem procriação é inadequado, das duas uma: ou teremos um povo mais estressado, mais brigão e muitíssimo menos amoroso, ou então teremos um avanço monstro na já superpopulação terrestre. Tirando o fato de qualquer outra prática sexual passaria a ser automaticamente condenável, tipo: comer uma bundinha, bater uma, um boquete, um esfrega-esfrega… enfim… a lista é grande. Fora as dissidências que vêm daí, o homossexualismo, por exemplo.
Notem que dentro de um suposto conceito moral ‘elevado’, pode estar contido uma intolerância que gera ódio, rancor e um monte de merda… seguindo a linha ‘(i)lógica’ de raciocínio (??), concluímos que, pelas leis cristãs, sexo sem procriação é errado, portanto, sexo homossexual, que não tem como procriar é errado, e, portanto, Deus não gosta de gays… isso é um silogismo simplista, mas, que gera muita cagada…
Viram onde eu queria chegar? Não???
Era só para dizer que o fato de você ter valores morais elevadíssimos, ilibados e imaculados, não te torna automaticamente uma boa pessoa…
Tá na hora de revermos nossos conceitos… e pra ontem!
“na moral, na moral… só na moral…”
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